Mas acredito que eles possam acontecer. No meio da tua lonjura deixei escapar dois pequenos promenores. Mas que grandes pormenores, meu querido! O Milagre do Amor e da Fé.
O reencontro com a Irmã R. e a ida a Fátima.
A tarde de Domingo foi repleta. Entre os passeios, amigos, chutos na bola, estivemos com a Irmã R. Como sempre, tu quiseste ir! Pediste. Durante mais de uma hora ouvimo-la falar do encontro com Jesus, és Batisado, tens a Primeira Comunhão e o Crisma. Tens porque, aos 12 anos, TU escolheste ir para a Catequese e seguir esse caminho. Não tens rezado, é verdade -
só quando joga o Sporting... - confessaste. Também conta, para mim pelo menos, e acho que Jesus não se importa. A Irmã R., como sempre, deixou nas tuas mãos a escolha ou não do caminho ao encontro de Jesus. Disse só que achava o caminho bom. Falou-te da Oração, da Reflexão, da Felicidade, da Bondade. E deixou-te seguir, sem qualquer medo de Pecado, Inferno, Punição.
No fim dessa hora, já no carro sorri para ti.
Grande ensaboadela que levaste, hein?!?”. A resposta foi muito curta.
Eu gosto muito de tudo o que a Irmã R. diz. Não posso acrescentar nada. Talvez só um àparte, a Irmâ R. é o caminho de todos nós.
Ontem foste a Fátima. Pelo que me contaram, não só tu, mas todos os meninos sentiram qualquer coisa de forte lá. Falaram da Vida, falaram do Papa, do que morreu e do que o veio substituir, falaram de Nossa Senhora a Mãe de todos, sobretudo dos que não têm outra. Bebeste a água que purifica. Rezaste pelo Sporting e por outras coisas que não sabes bem explicar. Já na semana passada andavas a falar desse passeio. Achei que, acima de tudo, estavas contente pelo passeio, por um dia diferente, longe dos corredores da escola, longe das fórmulas matemáticas e do “não satisfaz” do último teste. Mas não. Agora sei que foste à procura daquela senhora de que a tua Mãe tanto gostava. Falaste do pratinho, com os vossos nomes e a imagem dela numa nuvem de todas as cores, oferecida pela A. há uns anos atrás, num dia da Mãe.
Não sou eu, com toda a certeza, que te vai empurrar no sentido desse caminho. O caminho da Fé. Infelizmente não tenho esse dom, o dom de acreditar com todas as minhas forças. O dom da Fé pura. Não tenho, nunca tive e não sei como o encontrar. Mas vou, também com toda a certeza, ainda com mais certeza, ajudar-te sempre no caminho que escolheres.
de Quarta-feira, Maio 04, 2005